domingo, 22 de janeiro de 2012

O Letramento e suas facetas

Concepções
         O termo letramento surge com o intuito de definir “um conjunto de práticas sociais (competências e habilidades individuais ligadas à leitura e a escrita em que os indivíduos se envolvem em seu contexto social” (Soares, 2001, p. 72 apud Jung, 2002, p. 84). Ou, ainda, como afirma Campos (2005, p. 19), um “conjunto de modos culturais de uso da escrita, que ativam valores, crenças e visões de mundo”. 
              Nessa perspectiva, as práticas de letramento podem se constituir em práticas sociais que se coadunam para solucionar ou dar resposta a determinados problemas no que se refere ao acesso a práticas do mundo letrado. 
     Nas discussões sobre letramento surgem três concepções, relevantes para a compreensão desse conceito e suas nuances, que são: “modelo autônomo de letramento”, “modelo ideológico de letramento” e o “mito do letramento”. De acordo com Street (1984 apud Jung, 2002, p. 84), o “modelo autônomo de letramento” é aquele em que a escrita é um produto completo em si mesmo. O leitor não precisa considerar o contexto de sua produção, pois o processo de interpretação está determinado pelo funcionamento lógico interno do texto escrito. Desse modelo decorre a existência do “mito do letramento”, que se constitui no fato de as pessoas acreditarem nos poderes (ou capacidades) do letramento e se considerarem incapazes de aprendê-lo.
        Diferente do modelo autônomo, o “modelo ideológico de letramento” (ibid, p. 85) é aquele em que as práticas de letramento são consideradas como um bem social e culturalmente determinadas. Os significados específicos que a escrita assume para um grupo social dependem dos contextos e das instituições em que ela é adquirida e praticada. As práticas de letramento constituem-se em aspectos culturais e das estruturas de poder na sociedade contemporânea.

Nenhum comentário:

Postar um comentário